Os tapetes persas remontam a 2 500 a.C. Na época, utilizados como protecção contra os Invernos rigorosos, rapidamente passaram de bens essenciais a formas de arte e artigos de luxo.

Passando por várias períodos e sofrendo alterações desde a sua essência, a arte dos tapetes persas espalha-se por todo o mundo, deixando de ser um artigo exclusivo ao Irão e passando a ser produzido por todo o Oriente.

Esta arte chega à Europa em meados de 1948. Nesta data, os tapetes manufacturados ganham expressão devido aos apoios da dinastia Pahlavi.

Actualmente, a fabricação de tapetes orientais é maioritariamente mecanizada. No entanto, as técnicas tradicionais ainda se mantêm em alguns países, sendo estes artigos mais dispendiosos mas de qualidade superior devido à sua arte incorporada.

Os materiais utilizados para a confecção dos tapetes passam pela lã, algodão e seda e a diversidade de corantes utilizada é também alvo de prestígio destes produtos. A urdidura e a trama, bem como os nós utilizados são características únicas destes artigos. Outra particularidade dos tapetes persas é a diferença ilusória, segundo o ângulo de visão e a luz incidente.

Antes da confecção de um tapete é efectuado um “cartão” onde é desenhada a arquitectura do artigo a confeccionar. Neste cartão, o Mestre pinta a disposição da decoração e os seus motivos. Na maioria destas obras de arte, podemos encontrar os beirais secundários e principal, o campo, os cantos e o medalhão central.

No que respeita à ornamentação dos tapetes, podem ser utilizadas figuras geométricas, representativas do gosto natural do artesão ou as tradições de uma tribo. Os desenhos curvilíneos utilizados ou os florais são resultantes da arte islâmica a que pertencem.

As cores naturais, actualmente ainda utilizadas, são extraídas das plantas, animais e minerais. No entanto, muitos dos produtores utilizam já cores sintéticas. Neste sentido e, com a utilização de outros meios de tingimento, apesar da produção se afastar do original, esta forma de coloração não danificou a arte dos tapetes orientais.

Contudo, a PERSIS comercializa apenas artigos tingidos com cores naturais, garantindo assim a durabilidade das peças e cores originais. Caso um tapete apresente descoloração (este processo é conhecido como abrash) é sinal de que o artigo foi colorido com cores naturais.

AZUL

Representado a eternidade, esta cor é obtida a partir de ramos de flores da planta índigo.

VERDE

A cor sagrada islâmica. É a identificação dos tapetes de oração de uma mesquita, pelo que não é utilizada vulgarmente. Obtém-se esta cor com a mistura do azul e amarelo, ou através da casca da maçã.

AMARELO / LARANJA

Símbolo da devoção. Obtém-se a partir dos espinhos do arbusto da alcana.

VERMELHO

Dependendo da tonalidade, esta cor significa zelo e traz alegria. A cor é extraída do piolho da casca da cochonilha ou da raiz da rubia silvestre.

CASTANHO

Representa a aceitação e fertilidade. A cor é conseguida através da lã do camelo ou borrego, da casca da maçã vermelha do carvalho nanico, ou da casca da noz.

PRETO

Simboliza o desconhecido. Conseguida do óxido de ferro.

FIGURAS DE ANIMAIS

Nos tapetes persas pode encontrar-se uma inúmera variedade de figuras animais. Desde o cão, camelo, insectos, cavalos e elefantes, passando por outros animais selvagens ou mesmo animais figurativos.

A representação do dragão, por exemplo, um animal sagrado na antiga Pérsia, representa o poder. Os coelhos, lobos, pavões e faisões são apresentados nestes tapetes como animais de caça. O significado do leão vai desde a força do poder sobre o sol, a um medidor de riqueza e felicidade.

Encontram-se ainda outros animais, como o leopardo, o tigre, os crocodilos, entre outros. A luta entre animais, muitas vezes encontrada, tem o seu simbolismo na religião querendo representar a força do bem vencendo o mal. Este símbolo é muitas vezes figurado com uma fera (leão, leopardo, etc.) com uma presa contra o chão.

FORMAS GEOMÉTRICAS

Representam o gosto particular do artesão ou as tradições da tribo. Os tapetes que contemplam estes ornamentos apresentam linhas horizontais, verticais ou oblíquas. O desenho é simples e, normalmente, é formado pela repetição de apenas um motivo.

Os motivos em ziguezague representam a água corrente que simboliza a eternidade. O triângulo, por sua vez, é representativo da Divindade e da Mãe Terra. A cruz suástica, embora representada com muitas variantes, é também muito utilizada nos tapetes orientais, representando a felicidade. Pensa-se que este é um dos símbolos mais antigos da Humanidade. As formas em “S” afiguram-se com duas interpretações. Pode apresentar-se como adoração ao sol ou como símbolo de sabedoria.

FORMAS CURVILÍNEAS E FLORAIS

Aparecem em vários formatos como a palma, arabescos, árvores e arbustos, galhos e trepadeiras, folhas e vários tipos de flores (tulipas, cravos, crisântemos, rosas, etc.) As fitas onduladas aparecem em representação da vida, da imortalidade e do poder de Deus.

FIGURAS HUMANAS

As figuras humanas tanto aparecem como formas grosseiras e patuscas, como com o ínfimo detalhe. Em alguns países islâmicos, no entanto, estas figuras foram proibidas a fim de facilitar a veneração a uma única figura – a de Alá.

INSCRIÇÕES

As inscrições que aparecem nestes artigos representam o valor do poder do pensamento. Estão inscritas na linguagem árabe e dividem-se em 3 categorias:

  • Escrita Kufi;
  • Escrita artística ou Nashki;
  • Escrita Diwani que é a evolução da Nashki.